A luz do entardecer marcava o corpo da moça que dormia com seus cabelos soltos no estreito sofá. Suas mãos unidas, na altura do queixo, pareciam conchas do mar. Seus olhos fechados descansavam em paz, como uma criança. A boca entreaberta tinha cor de vida, tinha um sabor doce.
Logo, a moça das mãos de concha, dos olhos fechados e da boca entreaberta acorda. Sentada, ela arruma os cabelos em forma de coque. Suas mãos são levadas até seu pescoço. Ela boceja. Olha pela janela o entardecer do dia. Com o olhar no horizonte, seus olhos dirigem-se a mim.
De seu lindo rosto, nasce um belo sorriso. Meus olhos riem. Meu peito suspira. Os olhos se encontram. Os lábios se comunicam secretamente.
Sob a melodia do tic tac, beijo-a. Em meu peito a saudade, em meus olhos alegria e em minhas mãos, as tuas.
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