Visitante número

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

AS HORAS



Dizem que o universo não tem começo e nem fim. Que é um ciclo infinito de expansão e estagnação.

O planeta terra gira em torno de si mesma e gasta exatamente 24 horas.

24 horas são 1.440 minutos.

1 hora equivale a 60 minutos.

O minuto tem 60 segundos.

O segundo tem 1.000 milésimos

A expectativa de vida do ser humano gira em torno de 70 anos.

Visto que um ano tem 365 dias e cada dia possui 24 horas, temos 8.766 horas em um ano, contando com os anos bissextos.

Portanto, em média, temos 613.620,00 horas para vivermos. Assim, nós humanos: dormimos, comemos, assistimos filmes, novelas, jogos de futebol, tomamos banho, trabalhamos, bebemos, nos divertimos, choramos, rimos, amamos, ficamos bravos, chateados, com ciúmes, com ódio, lemos, gastamos, nos estressamos, viajamos, apreendemos, conhecemos pessoas, fazemos coisas de outro mundo e até mandamos alguém a merda.

O que fazemos ou deixamos de fazer, muitas vezes repercutem em nossas vidas.

Se comemos muito, somos comilões. Se choramos por pouca coisa, somos chorões. Se não respeitamos dogmas e valores tradicionais,podem nos chamar de mal educados ou revoltados. Se colocamos roupas fora de moda, somos bregas ou mal arrumados. Se trabalhamos, somos trabalhadores, glorificados. Se não trabalhamos, somos vagabundos. O mundo é justo?

A irreverência da vida nos permite a nos moldarmos em diversas situações. Atores e atrizes em várias ocasiões, sendo estrela e diretor da própria vida. Assim, a cada segundo a nossa vida se esgota. O que fazemos com as horas das nossas vidas? Existimos por simplesmente existir? Há um ente supremo? Ou Nietzsche, Freud, Dostoiweski (Frase dele), Sartre estão certos: ‘Deus está morto’? Quanto por cento desfrutamos das 613.620,00 horas que temos?



Para muitos um reflexão existencial não vêm a tona. Para outros é sinônimo de crise, mas só por alguns minutos. Logo, tudo cria vida de novo, com as regalias do mundo moderno. Nos rendemos as inúmeras futilidades da vida. Enquanto nossas bundas gordas se acomodam no sofá, milhões de coisas acontecem no mundo. Não adianta chorar, o mundo é cruel. Somos cruéis com nós mesmos. Não damos o devido valor de pequenos momentos. Acorde, as horas passam.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

FALTA



[...] Não me contento com a sua falta: a falta que despedaça os minutos, procriando-os infinitamente.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

POEMA



Fel instante que minhas mãos percorriam tuas costas
Sentindo tu como extensão do meu corpo.
Imobilizado fico, com fome de teus olhos,
Sede de teus lábios.

As curvas de teu corpo são exploradas,
Pelo andar dos pequeninos passos dos meus dedos.
Que deixam pegadas,
Em tua imaculada pele.

O sol me revitaliza em pequenas doses. Medida sem medida.
Suspiros contínuos ouço. Teu cheiro impregnado em minha pele me inquieta, te querendo pedaço por pedaço, centímetro por centímetro, Amore.

terça-feira, 2 de junho de 2009

MOMENTO


A luz do entardecer marcava o corpo da moça que dormia com seus cabelos soltos no estreito sofá. Suas mãos unidas, na altura do queixo, pareciam conchas do mar. Seus olhos fechados descansavam em paz, como uma criança. A boca entreaberta tinha cor de vida, tinha um sabor doce.

Logo, a moça das mãos de concha, dos olhos fechados e da boca entreaberta acorda. Sentada, ela arruma os cabelos em forma de coque. Suas mãos são levadas até seu pescoço. Ela boceja. Olha pela janela o entardecer do dia. Com o olhar no horizonte, seus olhos dirigem-se a mim.

De seu lindo rosto, nasce um belo sorriso. Meus olhos riem. Meu peito suspira. Os olhos se encontram. Os lábios se comunicam secretamente.

Sob a melodia do tic tac, beijo-a. Em meu peito a saudade, em meus olhos alegria e em minhas mãos, as tuas.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

POUCA LUZ, POUCAS PALAVRAS




Pouca luz, poucas palavras.
Dos lábios, beijos.
Dos olhos, carícias.
Das mãos, afagos.

Com a fraca luz povoando seu rosto,
Contorno tua boca com os dedos,
Meço teus olhos com meus,
Beijo-te como se fosse à primeira vez.

Eu e você, entrelaçados como teia,
Juntos como o mar e a areia,
Nos degustamos levemente
Com pouca luz e poucas palavras.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

BRILHO


Busco-me pela imensidão do espaço
Pelo infinito da noite estrelada
Eu, só, aprecio as estrelas,
A milhares de quilômetros

Elas brilham, falam, se comunicam
Em outros ares, uma batalha de titãs
Dois olhos as encaram
Sem intenção de machucá-las

O brilho contemplado pelos olhos distantes,
Penetram na alma pura e doce
Cria-se vida nos formosos olhos
Grandes, eles me iluminam

Não os vejo, mas sinto-os
Presentes, como um leve e benevolente toque
Logo, as distantes estrelas sussurram:
“Achastes teu brilho”

sexta-feira, 1 de maio de 2009

TE QUERO


Te quero agora e amanhã
Na calada da noite
Na manhã com névoa
Nos dias com sol e chuva

Te quero agora e amanhã
Quando a luz não me tocar
Quando o silêncio soar
Pelas ruas e esquinas

Te quero agora e amanhã
Além das palavras
Além do óleo sobre as telas
Te quero!

VOCÊ AUSENTE



Você ausente é como tocar um violão e não sair som: mudo e calado.

Você ausente é como pintar um arco-íris e não ter cor: triste e desconfigurado.

Com sua ausência, fico inerte. Sou composto de aparências.



Você ausente, banho-me de luz noturna.

Você ausente, minha mão não se acomoda: inquieta, ela escreve.

Com sua ausência, meus olhos congelam. Sou apenas um sonhador.



Você ausente, meu coração transborda no meu peito.

Você ausente, os segundos, os minutos se multiplicam.

Com sua ausência, abraço-me. Sou apenas a esperança.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

POR QUE?


Por que tomar chuva com a boca aberta, mostrando a língua para o céu?

Por que rir e chorar ao mesmo tempo?

Por que andar num caminho duro, árduo e cheio de pedras?

Por que passar a noite se remoendo, tentando definir sua vida em meio segundo?

Por que proibir seu coração de sentir?

Por que se ferir antes de amanhã?

Por que sofrer por incertezas?

Por que? Simplesmente, por que?

Pequenas perguntas nos invadem. Fazem eco no vazio do nosso ser. Construímos pensamentos superficiais que vivem dias.

Mas erguemos castelos que nos fortificam. As certezas. As surpresas do grande teatro da vida.

Sem data, sem hora, sem tempo, sem nada: acontece. Simples como respirar o ar: aconteceu.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

LÍRIOS


Lírios:
Imagem em minha parede.
Retratam a sua presença presente.
Indago-me:
O que pensas linda mulher?
Soa dentro de mim as mais belas possibilidades.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

ATÉ DAQUI A POUCO


Inalo o perfume, encosto meus lábios em seu pescoço.
Lentamente abro os olhos.
Meus dedos deslizam no contorno da tua boca,
em teu queixo, meus dedos repousam: palpo três ‘pintinhas’, duas ‘covinhas’.
Novamente, nos abraçamos: no alto da escada e ao lado da porta: um beijo.
“Até daqui a pouco”.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

BORBOLETA DE SONHO


- Não suba! – ouvi uma voz.

Indaguei-me: - porque?

O silêncio se fez. No alto, no meio do caminho.

Abaixo: terra firme. Ao alto: a totalidade. Um sonhador.

Na circunferência quadrada, que se estreita a cada passo, o medo se propagou em meu corpo. Corpo sofrido que clamava por piedade. Que gritava. Olhos distantes, sem qualquer ponto de fuga: o pânico.

O vento suavemente tocava meu rosto. A poeira ergue-se. Minha visão se embaraçou. Novamente, uma voz inexpressiva ressurgiu:

- Onde pensas que vai, ser humano?

Caído, ferido e indefeso, num mundo impróprio, desconhecido pela vida humana, tento gritar. Mas é em vão.

Minha fala se perde no vazio. Meus olhos não são mais os mesmos: agora, cegos. Não ouço a brisa acariciar minha escalada.

Estou só. Estraçalhado. Sem ninguém.

Ainda me movendo, minhas mãos se perdem no meio do nada: do desconhecido. Com os dedos esticados ao alto, posso sentir o vento. Meu caminho é trilhado pelo humilde e generoso toque das mãos. Continuo a subir.

Se rastejando pelos infinitos corredores sem paredes, paro, bruscamente. Não há mais subida. A altura se elevou ao máximo. Estou num lugar plano e iluminado. Uma luz. Eu sinto. Uma presença. Sinto.

No cume da pirâmide sou erguido. Eu cresço. Me fortaleço. Minhas mãos são agarradas. Meu corpo abraçado. O calor: o fogo. Pés firmes: a terra.

No vazio do meu corpo, um nobre casulo nasce. Colorido. Único. Logo se abre. Uma borboleta voa dentro do meu ser. Bela, expressiva, viva. Em meu peito ela vive: alcançando seu vôo.

sexta-feira, 27 de março de 2009

NOMEIA, MOÇA




Debruçado, lutando contra o sono não me entrego.
Entrego-me para ti mulher.
O vento, calmamente palpa minha janela, como se quisesse fazer perguntas:
“ O que pensas pobre homem?”, “ Sua lâmpada não trará sua verdadeira luz”, ele diz.
O vento trouxe-me tu para desejar e querer-te.
“O vento da vida” soprou meu querer para dentro do mundo que vivo:
o mundo das possibilidades.Onde tudo é possível.

quinta-feira, 26 de março de 2009

ME GUSTAS CUANDO CALLAS...



Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas , llena del alma mía.
Mariposas de sueño te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
Claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
y estoy alegre, alegre de que no sea cierto

Pablo Neruda

terça-feira, 24 de março de 2009

TOQUE


Enfim sós. Enfim juntos. Sob o sereno noturno, da noite repleta de espectadores: as estrelas. O luar. Um banho de vitalidade e o esperado: o toque.

Toque das mãos que suavemente mediam cada centímetro de seus dedos, que umedeciam a superfície das minhas palmas, onde cuidadosamente procuravam o refúgio das palavras ditas, lindas e inesperadas.

Toque dos lábios, degustando pedaços da tua boca, cada canto, cada beijar que privilegiava a minha, sentindo os músculos trabalharem levemente para sorrir.

Entre meus braços: tu. Tu moça, do sorriso radiante, dos olhos graciosos, das pernas saltitantes, das mãos macias e expressivas. A exceção.

Sós, sob a Amoreira e as estrelas: o toque.

quinta-feira, 19 de março de 2009

FRAGILIDADE


O tempo passa num piscar de olhos. A vida voa igual às folhas amarelas: suicidas. Há tanta fragilidade em nós, que nos fazemos de ‘fortes’. Preferimos aparentar uma aparência que não existe. Vestimos uma das máscaras que criamos para cada momento que não queremos revelar nossa identidade. Identidade? Temos?

Razão e emoção: eterna batalha. Árduo é o sofrimento, pela decepção e tempo perdido, mas nada é em vão, creia!

Crer no inesperado, novo, na surpresa da vida, dos sentimentos sem controle, sem pré-conceitos, sem razão, sem questionamentos prévios. Avaliar o terreno: a estratégia lógica para muitos. A vida codificada como um manual para se viver bem:

Artigo 1º. Proibido aceitar o novo: se afaste.
Pena: Dor e lágrimas.

Artigo 2º. Agir sempre com a razão; emoção, extinta de você, demasiado humano.
Pena: você se tornará áspero, rigoroso e cruel. Se poupe.

Mas as exceções surpreendem! O autocontrole não existe. Moderação sim.

Somos máquinas, mas humanas. O diferencial de toda vida que existe no planeta Terra. Somos responsáveis por tudo na superfície terrestre. E acima de tudo, responsáveis por nós mesmos. Responsáveis pelas nossas decisões, palavras ditas e não ditas, atitudes, olhares, uma expressão, um carinho, um não, um sim. Nós somos o que nós mesmos fazemos de nós. Somos infinitos. Somos nós. Eu, você, tu, eles, nós, vós...